Desembaraço

Finalmente, tive coragem. Publiquei meus textos. Todos aqueles por anos calados no meu HD saltitaram pelo www, para poderem ser criticados e ridicularizados. Haviam sido lidos por amigos da mais alta intimidade que talvez silenciaram um riso de desdêm. Agora estão aí jogados às piranhas, para o apetite coletivo. Não temo mais o embaraço...

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Modernidade

Vivemos a crise da super socialidade. Não estamos mais só. Nunca. Não paramos de interagir. E deixamos de intragir. Subíamos elevadores refletindo sobre qualquer coisa que seja. Hoje percorremos esse ínfimo caminho, teclando, postando ou apenas olhando para esse novo aparato. Numa mesa de bar, parte das risadas são compartilhadas instantaneamente com o resto do mundo, enquanto poderiam caber no apenas serem sentidas. Parece que para que bastem ao sujeito que ri, é preciso disseminação. As pessoas não estão mais conectadas com o mundo a sua volta, por mais contraditório que isso pareça ser. Não vivemos nem lá nem cá e a simplicidade dos bons momentos esvairem-se na mutabilidade do dividir. Nenhum instante fica conosco. Tão-só conosco. Tenho medo da hipertrofia cerebral desse fluxo irreversível. Cagar que era uma coisa solitaria. Nem isso mas eu faço só. Só nos resta o banho, enquanto nao forem a prova d'agua essas malditas caixas de pandora. Sempre me disseram que a água era a salvação do mundo!

sábado, 4 de agosto de 2012

Diário de todo dia

Todos os dias somos massacrados pelo desamor. Como nunca, estamos sendo maltratados. Repriso: o mundo está virado do avesso e, tristemente, isso não é mais uma apologia, um conservadorismo coxo. Assisto o mais completo desrespeito à dignidade alheia, sem qualquer dor de consciência. Isso me é incompreensível. Mais: causa-me uma dor de dignidade tremenda. Justamente por essa razão, não mais consigo sequer conviver com pessoas que ignoram esse contexto e falam de amenidades. São essas já fruto desse desamor todo... Apego-me então e, cada vez mais, a poucos amigos, para os quais esse caos é evidente. São eles resultado de uma criação estruturada em três pilares fundamentais: fé, amor e cultura. Para alguns coincidentemente, para mim, obviamente, vivem eles a mesma crise existencial que me assola.