De repente. Precisamente, 27.1.2013: tomei uma decisão.
Não sei se estou certa, mas agora é o que me parece.
Também não posso dizer se será para sempre, porque junto com o "nunca", essas palavras ganharam, ao longo do tempo, os exatos contornos que nos escapam, aos vinte e poucos.
Fato é que hoje retomo em mim uma parte que morre. Morria. Preciso aprender a conviver novamente com sua presença ou a franquear com mais vitalidade essa tentativa de resgatá-la.
Essa metade doce, infantil, covarde, que trazia a mim o brilho natural dos olhos. Exatamente esse excerto ignorante que me permitia adentrar em águas perigosas, barrentas, límpidas, enfim nas águas que eu quisesse adentrar, sem ponderar se havia perigo, barro, peixes, ou qualquer outra variante. Mera vontade, simplesmente sem carecer da metáfora de limpeza.
Talvez seja apenas uma simbologia.
Evidentemente, estou confusa.
Para mim, apenas fez-se cabível como o triângulo vermelho na casinha com recortes de várias formas. Pareceu assim óbvio que ali era o espaço dessa figura e não de outra.
Mas agora a única certeza que tenho é que o mundo me resignou, seguindo essa metáfora das águas. Não amo mais e preciso fazer alguma coisa por isso. E o meu desisso, antiisso, anisso é o egoísmo, que, hoje, toma forma concreta, em mim - e em uma série de cobaias observadas criteriosamente - por meio dessa instigante mundana, de gozo pessoal, de irresponsabilidades mil perante meu corpo, perante a minha alma.
Passei a não ter o natural colorido nos olhos e busquei-os monocromaticamente, em método destrutivo, mas construtivo ou construtivo, mas destrutivo. Ainda, como se vê, pairam dúvidas. E incertezas porque há uma grande possibilidade de ter matado em mim um fragmento que não sei se era meu ou de outrem, se era fruto de determinismo social, necessidade de individualização, desespero mesmo, ou se veio comigo latente, formando-me tal qual a outra metade, traduzindo-me um ser meu que precisava gritar.
Um fragmento, contudo, inegavelmente, divertido... Mas que, ao cabo do riso, desfeita a multiplicidade de seres, tornava-se, de certa forma, contraditoriamente, obsessivo.
É como se em busca do mais, você pudesse ter o menos e hoje essa troca não me parecesse justa. Mais do que isso: parece-me que ela abre uma caixa de possibilidades e riscos que não estou, ao menos na atual conjuntura, pronta para enfrentar.
Um fragmento, contudo, inegavelmente, divertido... Mas que, ao cabo do riso, desfeita a multiplicidade de seres, tornava-se, de certa forma, contraditoriamente, obsessivo.
É como se em busca do mais, você pudesse ter o menos e hoje essa troca não me parecesse justa. Mais do que isso: parece-me que ela abre uma caixa de possibilidades e riscos que não estou, ao menos na atual conjuntura, pronta para enfrentar.
Sangue suga. Sangue suga.