Desembaraço

Finalmente, tive coragem. Publiquei meus textos. Todos aqueles por anos calados no meu HD saltitaram pelo www, para poderem ser criticados e ridicularizados. Haviam sido lidos por amigos da mais alta intimidade que talvez silenciaram um riso de desdêm. Agora estão aí jogados às piranhas, para o apetite coletivo. Não temo mais o embaraço...

sexta-feira, 29 de março de 2013

Fim do mundo

Algo que me parecia manchete para vender, ameaça aos cristãos ou apenas polemização barata se torna palpável. Ninguém mais lê, ninguém mais tem tempo de ouvir os outros, tudo parece balela. E agrava isso o fato de estarmos presos a maquinas de uma forma dependente. O que era mero auxilio às relações pessoais as massacra. Não nos abraçamos, curtimos. Não beijamos, mandamos bocas virtuais. Nossas brigas passam em boa parte a serem escritas (isso quando não surgem da interpretação sugestiva dessa própria escrita de palavras secas). O amor se vai. As tradições se vão. Ninguém aprecia mais nada que não é rápido ou imediato. Desde sexo a ensinamentos tudo deve ter o tempo do hoje, sem prolongamentos. Os sensíveis viraram babacas ou ao, ao menos, parte de um passado remoto, que não se tem tempo para conhecer. Poesias passam a ficar ultrapassadas para uma geração que progressivamente perde a capacidade de conhecer os sentimentos expostos ali. Vejo não longe o dia em que o homem se torna uma nova espécie. Robotizada não só no físico, mas em sua psique. E o mundo será deixado para lá, porque é pouco para eles, porque é muito para eles.