Desembaraço

Finalmente, tive coragem. Publiquei meus textos. Todos aqueles por anos calados no meu HD saltitaram pelo www, para poderem ser criticados e ridicularizados. Haviam sido lidos por amigos da mais alta intimidade que talvez silenciaram um riso de desdêm. Agora estão aí jogados às piranhas, para o apetite coletivo. Não temo mais o embaraço...

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Deuter

Quando você escolhe olhar para a tristeza são poucas pessoas que estão ao seu lado. Afinal, Deus parece estar apenas neste claro. Eu conheci Deus na escuridão. No fundo do poço, olhei para cima, Ele estava lá, a fitar-me com as certezas do encontro vindouro e do necessário estar exatamente ali embaixo; agora. Agora... 

É claro o querer sair. 

Nem sempre. 

Mas com esperança ele se faz. E Ele se faz. 

O ponto é quem desce com você. 

Ninguém é obrigado... Cabe a você subir só (?) Ninguém deve, mas há partes de você que almejam haver mãos. A subida será sempre sua, mas as mãos... Ah, as mãos. 

São a coragem que às vezes falta, a certeza de que você é capaz, são Deus na forma matéria. 

Mas quando as mãos não estão ali para qualquer você. 

Porque quem cai no poço, não é o mesmo que sobe. Não é o mesmo que caiu, no exato antes, no pouco antes, no momento do desespero da queda. E o que retoma é sempre imenso; o quadro do antes se emoldura, enquanto a vida de quem vive passa.

Eu te peço para olhar as mãos que ficam.