Cansei do medo e desse tempo armado para nos esquecermos. Cansei do estado da roupa nova que se fez minha por saber iria instigar-te: pendurada no cabide do desencontro. Cansei do propositadamente baixo e rouco de uma frase quase dita. Cansei de ver a água que é tua escorrer por tabela porque outro sente e aproveita essa minha sede do que não vem. Cansei de me pegar olhando para aquela famigerada rede de entrelace - hoje suspeito em essência unilateralmente parcial. Cansei mesmo (quem diria) daquela memorável cena que se repete por falta de capítulos outros. Cansei do ridículo dos seus traumas racionalizados em frases feitas na eloquência dos comuns que evito. Cansei da escova de dente sem pasta, cansei de saber que o pouco te basta, que preferes seguir sem porquês. Cansei do pacote de nascimento barrado (que, perdoem-me os corretos, já me questiona) completo sobre o meu criado mudo. Cansei de ter de colocar dias entre nós para fazer-nos surdos aos sussurros de Deus. Cansei dessa constante insistência para sermos individualmente bastantes, fortes, insuscetíveis aos devaneios dos deliciosamente apaixonados. Cansei de ver-te convencer em autofagia que os momentos ternos são um juízo errado. Cansei de a autoconfiança e a tranquilidade serem deixadas no chão para carregarmos armaduras de guerras já vividas. Cansei de me persuadir que o encanto é ilusão (talvez não fosse se houvesse uma permissão despudorada ao sentir). Cansei de ter de me impedir o carinho e o cuidado (para evitar sei lá o quê). Mediocridade dos medrosos, que, aliás, é um pleonasmo.
Vida vivida do caralho.
Tapas suscescivos na cara do amor dão a sensação de que o peito forte é imaturidade. No fundo, é a mais pura evolução do ser, que em fé e escolha se sente agregado e não privado de nada.
Eu quero vísceras de um nós sem história, eu quero poder pedir pouco do que guarda a minha memória, eu quero apenas poder ouvir "vamos" na inteireza do seu futuro e na literalidade do seu plural.
É, enfim, acho que me cansei de você.
Vida vivida do caralho.
Tapas suscescivos na cara do amor dão a sensação de que o peito forte é imaturidade. No fundo, é a mais pura evolução do ser, que em fé e escolha se sente agregado e não privado de nada.
Eu quero vísceras de um nós sem história, eu quero poder pedir pouco do que guarda a minha memória, eu quero apenas poder ouvir "vamos" na inteireza do seu futuro e na literalidade do seu plural.
É, enfim, acho que me cansei de você.