Desembaraço

Finalmente, tive coragem. Publiquei meus textos. Todos aqueles por anos calados no meu HD saltitaram pelo www, para poderem ser criticados e ridicularizados. Haviam sido lidos por amigos da mais alta intimidade que talvez silenciaram um riso de desdêm. Agora estão aí jogados às piranhas, para o apetite coletivo. Não temo mais o embaraço...

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

noia

Hoje

x - dormir, mulher
x - ihhh
fumou um foi
ihh. ql foi hei
             a, com receio e mania de perseguiçao responde em decifres de uma macomenose  enamorada:  x [gíria e não o interlocutor]
a, continua: q q vc tah falando?
             x, em referência a frase partilhada em pensamento virtual oso!, diz: aaquela frase lá..
              a, responde,sentindo-se esperta do enigma: hahahahahahaha confusion in my mind or confusing your mind? haahaha\
              x retruca firme lhe dando uma certa molhadeira: hun....both minds...anyway... gotta go to berbed
lov u!!!
              x, nao entendendo mais nada e dando a pinta que ela não queria dele: drunk and tired...
dont have here in this computer
             a dispiroca na criancice, que na verdade eh o seu psique fazendo-se em sensações extremadas instintivas de vontade:
03:18
I want to see u. I will should u some nasty things
hahahahahahahahahhaha
I am kidding
hahahahhaha
I want to show u my new acquisition to Rio
For us all...
I`ll show in my cam
I dont mind u are the only one watching
ops
no should u = show u
did u understand everything? Or are u pretending to know English and you just got back from the llittle library with your dictionary"?
Google Translator


x deixa claro que não entendeu ou que, ao menos não era um macomenose mais enheiro, o quer para ela se torna vital, ainda que insisitisse na perseguicao, que a fizera errar acima, ou era simples erro?

Isso 3:36 da manhã, depois de uma noite de sexo com um cara que ela tinha gostado. o Cérebro é mesmo uma máquina de Freud, ou ela era insensível mesmo? 

Tenho um café da manhã com a Aline de manhã, as 7:30 e é dia normal depois tb. Entenda-se: tronco. Perseguição ápice. Ninguém do trabalho iria entender e se entendesse denunciava macomenose mais enheiro, o que ng faria... Ninguém quer/vai entender e isso basta...

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Morte de um Sonho

Cansei de sonhar. E sem esse verbo a vida se acaba. Morre hoje em mim a criança que cria poder lutar com o mundo, para fazer justiça. Conto moedas para poder pagar o próximo imposto e isso faz dolorida qualquer existência que se pretenda digna. Perdi o gosto pela boa comida. E nem choro mais. Sou uma velha nesse corpo carnal, que não é nada. O ócio me denuncia a dor do mundo, que carrego no colo, sem mais ameaçar-lhe a espada. Não sou ninguém. Não quero, pois, comparar-me aos sábios, porque sequer sei se isso que sentiam. Espero que não seja essa dor de quem levanta para não fazer o que ama. Eu cansei de trabalho. Só quero fazer poesia...

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A minha consequencia por outrem

É triste saber que você perde um possível grande amor por outros terem feito do amor dele uma perda...E assim caminha a humanidade a passos fúlgidos. Descrente de que o amor dura, veemente de que a dor não cura. É triste essa solidão de dois. Mas se não haverá de nós depois, a dor recrudesce. Então vivamos essa metade covarde, que da vida se não leva ódio, também vai sem saber do amor. Com medo do inferno não se vai ao céu e se fica no muro terreno de meios sentimentos. E como viver um meio amor? Ou é em si ou não é nada. Não mando recado de uma dor vivida a alguém. Se receberes, certamente não sentirá a angústia de quando te escrevo. A geração das estrofes de amor por telefone, em que tudo é nada, porque o nada é muito. Deixe-me ir. Preciso andar...

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Feliz Aniversário

Eu sinto a impotência escorrer pelo meu rosto com um peso que machuca as feições, torna a face sisuda. Não achei que pudesse dar corpo a este pesar que me mata por dentro. Escondo-o por muitas vezes, mas hoje ele vem aqui à tona, para dizer que eu sofro. Não quero mais essa vida de mentiras e falsear de pés que não podem pisar em outros terrenos, que não este que percorro. Não há sonhos e almejar é enganar-se, então. Eu queria muitas coisas que não posso. Não posso sair dessa camisa de força que me aperta e quer me fazer uma louca que não sou. Parabéns. Feliz aniversário de impossibilidades.

domingo, 16 de outubro de 2011

Egoísmo

A dor do mundo é o egoísmo e dói dentro com a mesma força da falta de amor que se propaga para fora. Dói fundo e sozinho...

Sua Culpa

Eu não sou mais que você. Eu não sou palhaça para te entreter. Eu só sou assim. Eu não faço graça para sua desgraça. Eu não sei quem por mim passa. Eu sou para mim. Você que é tudo e quer ser nada. Você que julga e me ameaça. Você que não sabe me ter enfim. Você que faz um enorme drama. Você que me recolhe e depois me derrama. Você que age sempre para o nosso fim.

Rumo à Eternidade

Estou pronta para esta nova fase. Chorei as gotas mais pesadas, sabendo que algo novo se aproxima, ciente de que deixarei para trás uma versão dos fatos que é, contudo, frágil, posto que passageira e precipitada. A verdade que dói a vista de tão escancarada posso vê-la agora com maturidade. E me entristece ainda - na vã incipiência do homem incompleto e audacioso que tenta ser o que sabe não poder - saber que não tinha essa fineza e requinte de conhecimento transcendente quando Eles estavam aqui. Mas sei que a sua ausência é que me deu a lupa aos sonhos, que só serão realmente encantadores se entendido o quantum deles é o impalpável desafio e a quota deles que é passível de criação. Livre Arbítrio e Mágica Divina. Sonharei consciente dos meus limites e ávida por superação. Serei por Vocês. Serei eterna.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

** Crônica: Puta

Foi uma experiência surreal e se insere no contexto destas coisas que instigam a pensar e abrem o encanto da vida madura: estimar os comprotamentos humanos, com base em amostras de uma vida atenta e vivida na intensidade e não em palpites precipitados ansiosos por mostrar maturidade. Enfim, replico. Descia de um hotel, após encontrar um semi affair de tempo atrás, mas interrompido. Aquele embate já adulto de vaidade parado na piscadinha de olhos pueril dava graça a história já em seu início. A verdade dela e obviamente a dele é que ambos estavam loucos para transar. Mas inseridos sem quererem ter sido nas necessidades sociais  - que, contraditoriamente, pelo desprezo trivial, fizera-os diferenciados - é que entoavam um encontro convencional, sem apelar ao iminente sexo que sabiam ocorreria ao término daquela noite. Pegou o carro e sem dúvida fez o que quis, sabendo que o pensar sua liberdade soaria a qualquer ouvido da alta burguesia como uma mulher querendo se afirmar. Era o que se queria crer e por saber disso, ela gozava com afã do pensamento torpe. Sabia a calcinha que portava debaixo daquela blusa de babados., Achou graça e riu-se toda. Podia ser uma safada... Posava, contudo, em trajes com pouca, mas alguma transparência e encenava gestos delicados de menina moça. Não trazia dúvidas de seu requinte à majoritária sociedade de idiotas, mas fazia latente os seios no vestido àqueles que sabia podiam vê-la: os safados de nascença e os escusos de existência pensativa, fatigados pelo mundo sem nenhuma graça fácil. Ela vinha da segunda geração, pois nascera exageradamente convencional. E ter vivido isso a fizera aprender a agir, como a média, que é pior do que ser ruim, pois esse ainda se dá ao luxo de ser diferente. Assim é que gostava de viver aquele papel médio a maior parte do tempo dando lances de sua verdadeira face em palavras soltas. Era seu jeito moleque de achar os sensíveis, deslocados da superficialidade. Ademais, aquela existência cotidiana por vezes fazia com que ela mesma se questionasse se realmente não tentava ser o que não poderia. Conseguira ela realmente se desprender de tudo aquilo que repele? Sentira-se incontáveis vezes só, preocupava-se em desmentir inverdades... Neste exatos momentos não sabia se não afirmava de maneira rebelde algo que ainda não tinha conquistado: a desoneração deliberada da obrigação social. Mas o mero pensar aquilo talvez fosse um determinismo social, a necessidade de se reintegrar a massa. Deliberaria sobre aquilo, portanto. E decidira ser singular. Mas saindo das digressões, desceu ela do hotel, com seu terniznho chique, que em qualquer outro contexto de sua vida rotineira a fariam uma de nome promissora, mas que, naquele lugar, fariam-na no máximo uma puta inominada de luxo, usada para satisfazer a lascívia de um executivo estrangeiro. Sem ticket na mão, com a roupa meio de lado, sem qualquer indício de hospedagem. Puta. A certeza se fez quando ela disse estar sem ticket. Teria esquecido...Isso traria felicidade a todos, que convictos do engano e envergonhados de sua mente maliciosa, repetiriam frases satisfatórias de uma cena mal lida. Era o que queriam: terem entendido tudo de forma equivocada. Ela pegou seu celular caro (Seria dado por ele?) e... Sem carga. Tá complicando. Ela pede novamente o carro e diz ser seu. Mostre o ticket, então. Tá lá em cima. Use seu celular... Ele somente olhava o aparelho móvel querendo dizê-lo. Ela já adianta: sem bateria. Claro! Embaraçada com aquela exclamação não ouvida, ela entra no hotel novamente. Pronto resolvido! Ufa, estariam equivocados. Era conveniente que não fosse mais uma mulher das muitas do lupanário do outro lado da rua do aeroporto, pois não parecia... Mas sabe lá, puta não tem cara. Ela ouvia o que não tinha sido dito. Certamente, teriam-no pensado, todavia. Dera para ler pensamentos. Filhos da puta, suas mães é que são umas vadias, vocês vão ver.. Querendo provar-se mulher idônea a eles e  - a partir de agora - a si mesma, tenta subir. Nào tinha de fato conquistado o desapego com o pensar alheio. Moça, o elevador só sobe com seu cartão de hospede. Preciso subir, mas não sou hóspede. Cara crachá não entende. Entende sim: é puta! Ah que raiva! Acabo de descer, você não viu? De qual apartamento? Puta que pariu, não saber isso é confessar o meretrício: Lembra, por favor. Lembra! A gota de bateria transbordou o equívoco. Oi, ainda bem que me atendeu. Esqueci meu boleto aí. OK, desço? Não, eu subo. Desligou. Idiota, você não consegue subir... Bob maldito. Já esquecera que não subia? Liga de novo. Foi-se aquele tico de Bateria... Tão esgotada como ela com aquela situação. Recepção! Por que não pensou antes? Começa a dar de louca, já nervosa. Olá, eu estava no quarto, esqueci meu ticket, não subo no elevador, vocês estão entendendo tudo errado... Liga nesse número. O Santo das Quase Putas deu fôlego a bateria. Só deu tempo de anotar o tel e puft. Tem número a mais aí moca. Dã! É prefixo, é de fora de SP, Londrina. Puta de executivo! Certeza... Já extasiada, fez força. O superego começou a agir e ela no embate se concentrava na graduação pública que sabia ter e nos muitos ditames morais que seguia, por berço esplêndido do qual nascera. Deu vontade de falar aquela conhecida frase "eles não sabiam com quem falavam" ainda que ela abominasse em sua vida particularmente avessa a direitismos. Parecia ter encontrado uma exceção, mas conteve-se. Ela sabia e bastava. Ele desce e entendeu tudo na hora. Ela realmente tinha sido. Sabia ela também que aquele aditivo a tirara qualquer pudor, o que fizera dela despreocupada com interrogações e loucamente quente. Pensou que pudesse não ser propriamente no ofício, mas o desempenho, meu amigo, era profissional. Repetiria aos camaradas de Londrina. Mas homem tem que ser muito homem para ter como mulher uma que desempenhasse. De todo modo, as paredes nada diziam e a expertise não a fariam detentora do termo que indicava ofício. Queria esfregar na cara de todos, mas nem a descida dele era capaz de mudar aquela já propagada vontade de crê-la puta. E Ela o despachou rápido, antecipando o estrelar. Vira-o inevitável e decidiu pegar o papel. Esperando o carro sozinha naquele hotel olhou para cima e fez-se o momento surreal. O holofote vermelho que sob ela pairava abriu o espetáculo. Ela inclinou a perna e subiu o vestido. Diante da coincidência teatral e cômica, era dever internalizar a puta. Ela sabia que tinha talento, mas era feio ou arrogante dizer. Além de contraditório: mulher inteligente, romântica e cuidadosa não podia ser puta. Por mais que se dissesse querer uma, não é o que se queria, na verdade. A cama não compõe todos os cômodos de uma casa de famílias margarina. Ainda somos covardes. É preciso fazer vivas as amarras sociais. Ela saiu dali, contudo, desdizendo-as. Aquela tinha sido uma boa personagem... 

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Ainda que eu morra

Pra quem minto? A minha essência é amor. Eu vivo o mundo com a vida a fundo. Se é para sofrer vou ao auge da dor. Não se cresce sem lágrimas. Não se constrói um mundo omitindo as falhas. A hipocrisia não venda os olhos dos sensitivos.  A minha rebeldia não consegue afastar iguais rebeldes amigos. Não paro na trilha se há mais horizonte, ainda que doa. Não peco se vinga a mais sábia justiça de Deus a balizar-me a fronte. É dia de luta, ainda que eu morra.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Borboleta

Sai do casulo. Pude sair. Fiz-me borboleta e voei por breves instantes. Eles voltaram. Recuei a minha beleza dentro daquele espaço ermo e pareci inexpressiva. Era só como larva no esconderijo escuro que eles me admiravam. Temeroso seria se eu fosse mais que eles... Mas o problema é que eu sabia voar. 

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ignorância

Saiu de cena, me fez pequena, diminuída. Aquilo tudo concretizava enorme o eufemístico pesar antevisto. Temi não consegui me recompor, saber quem sou, depois dali. Repuxava-se o rosto ao centro na mais tênue tentativa do riso. E eu só queria um pequeno impulso de felicidade. Eu não seria mais. Então bebi de mim em fotos revistas, tentando encontrar novamente aquela versatilidade de artista, alguma capacidade de ser feliz de muitas formas poucas... Tudo que me sobrava era o drama, porém. A gana que me fez um dia chegar me impedia agora de conseguir ir além. Eu me acorrentava ali por saber que nada mais seria tão intenso. Chorei cada gota de mim esvaziada na futilidade futura de amores pretensos. Qualquer viver era pouco, depois daquilo. Eu preferia ter ignorado. Desconhecer a singularidade era poder sorrir muito com qualquer coisa.  

sábado, 3 de setembro de 2011

O Exato Instante do Adeus

Fui a primeira a interferir na cena já consumada, que todos ainda criam fosse se rebobinar. Entretanto, estava feito e tudo que restava eram trechos de pensamentos jogados em dúvidas simuladas. Não havia perguntas, simplesmente porque a única resposta era de conhecimento geral. Mas no incômodo do silêncio e na insistência da ignorância, a interrogação banal não era só pertinente, fazia-se necessária. Refiz meus passos tentando aceitar. Olhei pela segunda vez com mais firmeza tentando vasculhar simultaneamente meu universo de experiência, para checar se lá havia algo póstumo a se reviver. Qualquer coisa que me munisse de forças suficientes a me permitir auxiliar, ou ao menos, possibilitar não piorasse as coisas. Obviamente não havia. Sequer existia naqueles em cujas mão as decisões eram postas a forças. Na verdade, aquele pensamento maduro era desconcertante para os adultos infantilizados pela impotência, com a qual eu aprendera a viver dali pra frente. Data do óbito: 9.12.1992. Hora da morte: o momento errado.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Antinatural

A gota escorre no vidro da janela e eu me emociono diante das sutilezas divinas. E você se queixa de não conseguir me fazer feliz. Não poderia você criar isso mesmo. É no detalhe, no inusitado que o riso me vem sem embaraço. Não quero nada que lhe tire a essência, não preciso de amor em regulados pedaços. É a naturalidade íntegra do seu ser, se em paz, se a não me cobrar nada demais, que me faz bem. Mas se ele não vem assim de graça, não insista que não há nada que nos faça ir mais além.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Muito Prazer

Não vendo meus sonhos por nenhuma quantia relevante. Não troco uma noite de amor recíproco pela unilateralidade de um bom amante. Não dou risos fáceis em troca de aceitação. Não gasto pouco exatamente em dia de liquidação. Não tenho dores, mas quando dói é infinito. Não falo "amo", mas quando digo é sobredito. Estou aqui. Você me vê? Esta sou eu, muito prazer.

Cada Felicidade

Temos que respeitar o caminho adotado por cada um para alcançar a felicidade. Não podemos emprestar nosso mapa a ninguém, até porque sequer podemos afirmar que o trajeto por nós escolhido é o correto e se é o mesmo que trilharemos amanhã (quando nosso entendimento sobre este conceito for outro, quando nossas possibilidades de vida fizerem-no diverso). Respeito seu jeito de ser feliz ainda que ele não faça sentido para o meu atual sê-lo.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Assobio de Deus

Parece difícil entender os ditames divinos, se estamos fechados em nossas inseguranças e teimosias. É como se as palavras Dele voassem como folhas de inverno e batessem em nosso rosto sem que percebamos. É preciso, portanto, despir-se dos agasalhos de medo e confiar que o frio não trará dor. É exatamente a crença de algo transcendente a suas escolhas que faz você ouvir o assobio do vento claro em seus ouvidos, a dizer ser amanhã um dia de sol (ainda que a previsão do tempo assegure a tempestade).

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Carreira Solo

Sentei-me ali naquele banco, esperando que alguém ocupasse o outro canto, em minha companhia. Nada se fez. Fiquei ali sozinha quase a vida inteira, esperando, espernado... Quando decidi sentar em uma cadeira, aconchegaram-se em meu colo. Fiquei ali com ele quase a outra parte da vida, reclamando, reclamando... Acho que prefiro o banco.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A mesma água

Foi num amanhecer de quarta-feira, em que a semana já se faz pequena que meu tempo parou. A noite se fez manhã, e eu em febre terçã, não parei de falar teu nome. Balbuciava sequencialmente as letras deste você ausente que na minha loucura eu trazia aqui. Seu rosto resplandecia naquela água fria que debruçavam para me fazer a realidade. Oposto de me fazer sentido, aquilo mais alongava a insanidade e eu fazia repetido: Você é gota. Chove em mim. Você está solta. Se prenda assim. E percebendo o meu grito sem efeito, eu chorava, ao menos, em seu respeito ... A mesma água.
Foi na quinta-feira restante, em que a semana pareceu tão grande, que meu tempo correu. O dia se fez escuro, e, então me vi em apuros, ao não conseguir mais dizer seu nome. Asseverava racionalmente frases do eu presente que eu não percebia lá estar. Meu rosto nada refletia, a defronte se fez vazia no espelho da minha verdade. Ao perceber tamanho sentido, desisti da minha vaidade, e fiz novamente repetido: Você é gota. Chove em mim. Você está solta. Se prenda assim. E percebendo o meu grito sem efeito, eu chorava, ao menos, em seu respeito... A mesma água.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Saudade

É com a pena da metalinguagem que inicio esta centésima mensagem a quem se ousa esta incipiente leitura. Não é a arrogância que norteia toda a minha partitura (é justamente por me reconhecer idiota que assim os digo). Meu sábio amigo (pois só este laço o traria aqui), peço sua condescendência com o incansável repetir desta dor, com o eco constante do lamento a suspirar nos olhos deste leitor, que por iniciar, já se mostra arrependido. Peço um pouco de paciência... ... ... Retiro o pedido. Pois se sangra a minha ferida não vou estancar o fluido com o curativo do fingimento. Não há máscaras de riso que se ajustem ao meu rosto, sem que eu force o cabimento, que consigam tapar naturalmente dos olhos o meu pranto.
Todos os dias miro aos céus procurando algum sinal destes sedizentes santos para confortar esta dor que não passa. Contudo, nenhum dos espíritos de luz nem o cara pendurado na cruz são capazes de justificar a minha desgraça. Ninguém explica por que eu fiquei, enquanto todos aqueles a quem dirigi o mais fraterno amor viraram cinzas. São os seus quadros autografados com branca tinta - há muito seca - que pendurei, em segunda vez de luto de morte, na sala. Na mesma sala, em que sua filha tentou, pela última vez ser forte, e eu, pela primeira, vi-nos frágil diante de um universo de impossibilidade. Gritei com força meu sufoco, diante da anunciada verdade: ela se fora. Já cansada, guardei as linhas e o carretel com que arrematei o mesmo grito, que, pela terceira vez, já saiu rouco. Não dá vontade sequer de gritar. É muita morte para eu ver assim tão de frente. É muita história para iniciar com "de repente". É muita saudade...

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Superação (?)

Ela se despiu, com alguma vergonha. Se hesitou foi por evidente cerimônia. Ela queria... Encarou-o, então, meio de pino. Buscou perceber se a reação dele repreendia-lhe o desatino. Mas ela queria... Forçou, então, a negativa para poder sucumbir ao prazer. Não fez exageros, não tomou a iniciativa, nem ousou dizer... Nada falaria sobre sua abstinência. Isso ela esconderia... Vetou proclamar-lhe ao pé do ouvido qualquer indecência, mas se desnudou com propositado alinhamento. Preocupou-se, como uma novata, se ele notara o seu conhecimento, do que se arrependeu. Deveria esconder...   Riu em denúncia anônima a falsa primaridade. Colocou vagarosamente a roupa e, relembrando ter vaidade, deixou parte do seu corpo exposta. À pergunta de novo encontro se fez ausência de resposta. Ela temia... A sua mente fez alta aquela triste lembrança escondida em apelo a esperança de um novo amor. Ela temia... Não ficou para um cigarro, não dividiu sorriso, pós-amor ou fez qualquer sarro dos descompassos do sexo. Ela temia... Fugiu, correu, saiu, em pensamento desconexo com a cena de carinho que ousara viver. Era a ira que lhe enchia o peito, que lhe fez sair do leito onde poderia haver amor. Ela temia... Ela aprendera a temer o amor.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Partida

Sei que, quando eu partir, você vai me virar a cara, rasgar a foto do porta-retrato da sala, blasfemar sobre nos dois. Mesmo assim vai tentar que haja depois, por puro costume de presidir a nossa história. E, após a minha negativa, vai repetir a sequência da despedida, só por ofensa à minha memória. Ao se sentir humilhada, entregará seu corpo a outro camarada, em cujos braços se lembrará de mim. No esforço de me esquecer, vai assumir que ninguém lhe é bastante, ou lhe será um bom amante, que eu é que sabia te tocar. Enfim, você vai chorar. Vai chorar muito, ao se dar conta que nossos mundos eram totalmente dissonantes. E quando as lágrimas secarem, visitará saudosa os lugares onde tivemos bons momentos. Depois de um tempo, perceberá que eram poucos, que brigávamos feito loucos, que não havia mais a nossa paz. Após insistir em condenar a minha atitude, vai reconhecer que jamais eu pude, jamais eu quis te machucar. Recorda o nosso eu assim e faz uma oração para mim, para que eu possa me encontrar. Provavelmente, ainda estarei na fase de me arrepender desta partida...

Desabafo

Talvez nunca mais pudesse saber o que é o amor. Esqueci a sensação de acordar de manhã já feliz, sem precisar angariar frutos de alegria para sorrir, no curso do dia. Eu recorria incansavelmente à companhia dos meus amigos, às noitadas, aos prazeres da carne, que quando findos desmarscaravam a incompletude do meu eu.  Aprendi, a não me permitir e tinha medo desta desautorização agora. E, não acho que fiz errado, naquele passado, mas agora aquilo tudo não fazia mais sentido e eu não conseguia mais voltar atrás. Ao me convencer de que amar não era necessário, estava em uma boa fase, um momento em que realmente não precisava de nada mais. Para ser sincera, talvez estivesse em uma fase mais superficial de bens, de exterioridades. Hoje, no ponto alto dos meus questionamentos sobre a vida e sobre a morte, pergunto-me onde escondi esta felicidade. Já revirei tudo aqui dentro e não acho. É ótimo ter a convicção de que a felicidade está dentro de si mesmo e ninguém no mundo poderá trazê-la se não você, mas o que fazer se você não consegue mais atingir isso? Será que é hora de terapia ou será mesmo o correr natural da vida, em que o ser um não mais lhe basta? Nunca me senti tão só. Nunca.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Despedida

Abri meu despertar com um sorriso pueril, mas o sol não brilhou mais por isso. Tudo que se fez foi tropeço na escada, má recepção na minha entrada, olhares feios sem razão. À minha pergunta casual  se fez resposta com um não. Não, querida, hoje não é seu dia. Parece que podia ouvir de lá de cima (mas o "querida" era a mesma parte do sorriso pueril que agora era forçoso manter). Talvez não fosse mesmo o meu dia, mas eu não era mulher de aceitar negativas sem, antes, muito debater. Nada me atingiu, eu insistiria para a despedida deste acabado momento não deixar padecer as considerações de que o mal agradecimento foi o que me motivou. Ao menos, eu não internalizaria isso. Que eu não era mal agradecida, todos sabiam, mas parece que proclamar isso era dever de ofício. Para mim soava mais como o desperdício da minha amizade, que, a despeito de valiosa, estava se tornando impossível manter. Nunca ignorei uma mão erguida a tatear à minha vista, ainda que para assuntos cridos como alheios a este ambiente (como se fosse possível segmentar a vida em compartimentos, a mente em acontecimentos, o homem em suas funções). Por que então  todo término precisa ser marcado por caras e bocas, por palavras soltas, que todos sabem não fazer sentido? Não existem jardões e solenidades para nenhuma despedida. Tudo que se fecha, inevitavelmente, dói, não contesto, mas precisa haver luto ou protesto, para se pegar o bilhete desta nova partida? O homem naturalmente arruma suas zonas de conforto e  sei que deixar o certo para trás, em troca do duvidoso é sempre assustador. Contudo, é mesmo necessário colocar uma pecha ruim no que não faz mais sentido ou já se mostra esgotado? Fazer isso é desgostar de uma parte de você, que ficou ali, naquele passado e com a qual foi preciso conviver, para se saber pronto para ser mais. "Foi bom, enquanto durou" é falácia, se sempre tentarmos achar falhas para justificar o fim de algo, que sequer era pouco. Não seria muito, para o tanto de sabedoria detida naquele exato momento? Não precisamos, portanto, agora dizer haver defeitos, para justificar o dito adeus. Este outro você nascido ou flexionado pelas intempéries do destino, mais consciente do que são os desatinos (um ser reformado) só está pronto para poder não saber o próximo passo. E se o mistério é a mola precursora do desembaraço, caminhar adiante para decifrar a vida é a razão de nossa existência. Digo então com sentido de cada letra ter sido bom enquanto durou. Espero que façam o mesmo, mas entenderei se ainda não puderem. Vocês ficam; eu é que parto... A minha frente a luz no fim do túnel ainda me é letreiro de interrogação. Fiz a coisa certa? Vocês podem dizer que não? Eu não posso. O MEU viver é ter dúvidas...

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Luto

Abri aquele armário, por saber que era preciso fazer  findo.  Mas não consegui doar algumas roupas. Na verdade, foram poucas as peças em que consegui embutir a minha dor, que era muita. E, de algum jeito, queria sofrer. O choro era um pouco de você presente em mim todo dia, que só era menos ruim, se tivesse estes minutos. Cada lágrima era uma lembrança, uma história revivida. Os olhos d'agua faziam da memória a minha guarida, o baú do meu passado, ali para eu recorrer nas horas em que eu procuraria nos seus braços o meu sossego. Se eu me livrasse de tudo, superasse este degredo, acalentada pelas orações dos amigos, e seus inúmeros conselhos, quais detalhes do seu rosto por certo remanesceriam? Ninguém podia me dar esta certeza, de que o tempo não apagaria seus traços, e diante da mera dúvida de que minha mente poderia se esvaziar em mínimos espaços, eu me opus a medidas drásticas, que sem exagero, resumiam-se a jogar seus pertences fora. Ainda que lhe soubesse ausente por toda a minha vida, deixei tudo como estava para me permitir lembrá-lo na plenitude viável ao já trasncorrido. Eu não correria o risco de perder um flash de você, de não ter mais a possibilidade daqueles objetos forçarem minha mente a lembrar de momentos nossos, o que agora era muito, pois era tudo que eu teria, nesta eternidade que se tornara a minha vida. Talvez, jogasse  fora os relances já fúgidos dos seus trejeitos, junto com aquela muda de roupa, que agora ía à posteridade, sem a sua despedida. E foi por isso que, contrariando alguma lógica no luto, eu dei vazão a minha vontade: doei o novo, etiquetado (por dever terapêutico) e tudo mais recoloquei no armário, como se dentro dele você morasse agora. Batizei seu relicário e fingi começarmos uma nossa história. Dobrei tudo, nas prateleiras, como se você fosse usar algum dia. Lá estavam as peças mais antigas justamente aquelas que eu implorava você jogasse fora, de tão gastas e encardidas. Aproximei do meu rosto com afago o colete cinza e pude sentir seu corpo roçar na lã amarelada. Fechei os olhos por algum instante e revivi plenamente aquele encontro  breve e tão distante, mas eternizado em poesia nas cartas de amor que a ele sucederam.  Seu cheiro era vivo em cada fiapo evelhecido daquele tão ínfimo tecido que eu queria pudesse cobrir-me todo o corpo. Subitamente rasguei aquela veste, em prece de desespero. Por que, Deus, tirastes ele daqui? Por quê? Chorei ao recolher do chão aquela sua anatomia. Hesitei por um momento sobre o juízo daquela minha rebeldia. Ao sentir escorrerem sonhos e planos pelos meus olhos entristecidos, conclui poder sentir o peso da revolta. Eu, naquele momento, era a pessoa com mais direito de sofrer a sua toda vida, inexplicavelmente morta. Não havia condolências. Não havia meias verdades. O tempo não apagaria esta vã fatalidade. Eu não mais o tocaria.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Canção Irrepetível

Não há travesseiro em que eu me deite em paz. Nenhuma cama me suporta mais. É muita dor para se ter sono. O peso que carrego é muito para nossos poucos anos, que são pouco para tantos desenganos, é apenas doloroso. Mas ao pensar em você, sinto um temporário apego, a esperança de um futuro, de um romance repetível. Vejo abertas possibilidades que logo morrem na tinta seca das cartas, que expõem um sentimento que não vige mais. É impossível achar algo de bom naquelas letras mortas que não fazem mais sentido, que não têm m ais seu contexto. Fecharam-se as portas para um pretenso recomeço. Bate-me a sanidade do fim tantas vezes reprisado. São tantas cenas diferentes de um mesma dor que eu não consigo enxergar onde havia este amor que nos fez começar. Foram tantos erros e remendos que qualquer puxão estoura o pouco que ainda resta. Não tenho vontade de seguir adiante, quando lembro que o nosso distante não pode ser percorrido no meu carro novo. Saber quem e não saber como é demais para alguém como eu, que não se permite ficar de mãos atadas. Cri que era possível você se dar conta de que este amor que me fez tão pronta era capaz de também fazê-lo. E se não fosse? Não era. É duradouro e indiscutível não haver nada, deste outro lado. O disco de faixa riscada, de íntegra irrepetível, deixa apenas a memória de um refrão isolado. "E se ele não te ama? E se ele apenas não te ama mais?"

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Aprendizagem

Entrou. Pediu-lhe um pouco de espaço. Conseguido, escapou do seu laço, sem que ele pudesse sequer perceber. Foi embora, sem qualquer embaraço de não querer mais o ver. E ele ali a chorar cada minuto do não ter dito, sem entender o veredicto, relendo mil vezes o adeus escrito, balbuciava possibilidades soltas. Eu lhe lancei a única verdade, bem assim a queima roupa: "meu caro, é porque fostes à bancarrota". Não adiantava envergonhar-se da própria incipiência, convencer-se de uma descência que ela não tinha. Era vadia e como tal trocava o falso prazer pelo dinheiro, que lhe fazia aflorar o único sentimento verdadeiro que por ele nutria: ganância. Convencia-se ele, todavia, na sua arrogância vazia que ela o queria. Deixe crer. Eu sei, contudo, que foi seu vintém que fez o seu desdém e repúdio transmutar-se em amor. E agora que não havia mais nenhum trocado ela deixou um breve recado de um findo amor. Não se morre dele, mas se vive, já dizia o grande ourives que Machado lembrou. E ela escreveu em um papel improvisado um trecho de um verso roubado de um livro qualquer daquela enorme bancada. Ele lia e relia em feição amargurada aquela triste entoada de final de oração. Cada palavra foi escrita sem grande entusiasmo, o que explica o pleonasmo que a safada nem fez atenção: "Amei o amor, mas findou. PS: As jóias ainda estão no Banco?". Ela era analfabeta e, ao menos a sentença saiu correta, o resto ele fingiu estar em branco. Mas mesmo o epilogo era de frase feita, ela seguiu a receita de um contexto de real amor. Ali, não havia nenhum sentido, mas ele procurava um bramido, ou ao menos, algum sussurro de dor. Talvez um sinal miúdo de arrependimento, que fizesse o seu sofrimento contrair em copas. Foi relendo aquele pequeno remendo que não encontrou nenhum sentimento que não o apego às notas, e, finalmente, pode enchengar a importância que lhe tinha o penhor. Por quê? Para que pedir licença, se sabia do desafortunado destino? Se seria curta sua presença, não lhe deixasse qualquer remanescência deste desatino. Levasse jóias, moeda, seus bens. Com estas memórias, a queda é a única coisa que ele mantém. Foi por vingança que ela deixou tudo que ainda havia lá. Foi a lembrança que ela o fez ter de encarar. Doeu. Enquanto a voz ainda o nome dela chama, ele sossega sua gana com o dom da enganação. Todo mundo aprende com a decepção.

Gosto da Dor: Amargo?

Dói acordar pela manhã e não ter vontade de sair da cama, porque o mundo lá fora não sabe receber você da forma como VOCÊ recebe o mundo lá fora. Será que devemos ser gananciosos, mesquinhas, trapaceiros? Se são esses que se dão bem, tudo o que me ensinaram só me faz ser sensível (dolorosamente sensível), a ponto de conseguir perceber a pior conquista da maturidade: não importa quão bem você faça aos outros, quanto sorri para as pessoas, ou a qualidade do respeito que coloca em suas relações, vai sempre existir alguém para ferrar você, olhá-lo com cara feia e achar que pode mal tratar o bom trato que você apenas tenta dar à sua vida. E no saldo de tudo, você se pergunta: vale a pena? Hoje, sinceramente, não sei dizer. Fato é que não consigo ser diferente e seria hipocrisia dizer que não gostaria. Esta coisa de deitar no travesseiro tranquila é desculpa cármica. O poder dormir não é o suficiente ao grande esforço que é manter a lisura do meu caráter, diante de tantas demonstrações de que ele não vale nada além de uma boa noite de sono. E para ser sincera, sequer durmo bem. A insônia é um mal, creio eu, dos bons de alma, que ainda refletem, após findo um longo dia, se acertaram, onde podiam ter sido melhores, o que esperavam-lhe que fizesse. Os escrotos dormem bem, obrigada, sem qualquer juízo moral sobre suas condutas. Então sequer bons sonhos posso dizer que me retribuem... E, neste ponto, provavelmente, é tímido, porém existente o pensamento de se tratar de um eu-dramático arrogante.  Mas será que é pedir muito haver correspondência entre o quanto se dá e o tanto que se recebe? Será que é condenável saber-me alguém de bem? Depois, de um pouco viver, acho necessário saber quem sou, sob pena de me pisarem, sem eu conseguir ouvir meus próprios gemidos. Ora, não estou pleiteando o reconhecimento da minhas generosidade diante das enormes e infindáveis dificuldades da vida, o que talvez (apenas talvez) não seria nobre e seria melancolia hiperbólica; estou querendo reciprocidade, isto é, a exata parcela do meu amor próprio. Desculpem-me os que acham que não se deve fazer nada, esperando receber. Esta máxima só faz sentido aos que receberam algum retorno, porque, senão, não teriam formulado tal tolice.  Com a dúvida, que ora partilho, teriam redrudescido, a ponto de não conseguirem sequer sussurrar esta estúpida mola da humildade ignorante. Não quero aplausos, quero apenas a tentativa, apenas a tentativa, do "ser bom". Hoje, as pessoas machucam pelo gosto da dor, que, para mim, é ainda bem amargo, mas para tantos outros está virando o mais doce sabor da vida.

domingo, 31 de julho de 2011

Essentiel Nostalgie

É cheiro, é pele, é gosto, é a coisa toda. Afinidades, em breves instantes. Olhares emoldurados, em estranho relance. Amenidades, de uma conversa a mais. Sem ser meros blefes de mentes diferenciadas. São valiosas filosofias já refletidas, mas sempre agregadas, que fluem sem esforço. Aconchegam-se onde estiverem e fazem sentido. Avultam sempre do trivial e, naturalmente, evoluem para a sinergia de idéias compartilhadas, a despeito do trânsito de vida descompassado (comum de quaisquer duas histórias embrionárias de sementes semeadas em jardins diversos deste enorme mundo). É o que fizemos nosso: esta tranquilidade da vida adulta, sem jogos, meias verdades, ou cobrança. É a paz madura a transpor num abraço este indelével carinho, toda vez que entro pela porta de novo, como se muito tempo houvesse e ao mesmo tempo nenhum tempo houvesse. Você entende. Os sentidos traduzem um pouco de nós, que já conhecemos, mas que ainda surpreendem. É possível esperar algo, mas não tudo. É uma intimidade tímida, que, por não conseguir reinar soberana, faz possível se encantar, cuidar dos detalhes, e até envergonhar-se. Há uma parte que ainda enlouque, porque ainda há um segredo, um mistério, um desconhecimento. E remanescem gracejos delicados, típicos galanteios sorrateiros de primeiro encontro. Mantivemos a necessária ode à individualidade, destes eus de garra, sem perdermos este um de nós dois. A falta de preocupação em compor nossa trilha sonora é que fez possível dar cadência a esta melodia tão gostosa que não se ouve toda hora, mas que faz feliz quando se ouve. E aí, diante desta felicidade que me invade com tamanha força, neste regresso, pergunto-me: Por que não venho aqui sempre? Talvez seja assim porque não venho aqui sempre. E é difícil respeitar esta verdade que nós dois sabemos fazer sentido depois de um momento como esse, que acabo de ter. Seu encantar retorna guardado, incrustado, oprimindo-me. Todo amor cultiva amizade mesmo. Diante deste pensamento, desoprimo-me, pois percebo possível viver tudo de novo. Guardo esta saudades com a certeza de que ela que fascina esta nossa relação louca. É a força motriz de mais desta vontade, que logo logo passa e renasce forte por demorar mais um pouco. Volto logo.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Out of town

É nos sons de muitas vozes que às vezes me encontro. E se me enebrio em devaneios, eu me faço de tonto. Agora não é hora de represália. Já me acostumei tanto a esta arte que me inseri na minha própria muralha. Quero mais deste instante, mas quando é tarde eu costumo ir embora. Mas hoje vou ficar aqui para mais um drink. A coisa está mudando. Não volto mais para a casa, não com o mesmo ar, com a mesma graça. Preciso sair, para ouvir o que contam estas outras raças. Eles me mostram um momento da vida que eu desconheço. São novas histórias, são diversas da minha. Tão fáceis histórias tão diversas da minha. Quero a vida assim... Assim feliz.

sábado, 16 de julho de 2011

Perda de Controle

Depois de muito tempo, tive uma reação não reagida. Dei razão a muitas pessoas que eu condenava e não entendia. Na verdade, não lhes dei razão, porque elas também não tinham. Explico-me. Entendi que o corpo às vezes  reage, de forma condicionada a pedaços de história, a pequenos traumas, que nós não sabemos existir. Como um ato reflexo. O martelo bate no cérebro e ele impulsiona algo que você não pode prever. E, frente ao desconhecido, a reação causa estranheza. Não é justificação para atos imbecis. São atos imbecis sem justificação. E há pessoas que despertam isso na gente. As grandes epifanias surgem de contextos inesperados, de indivíduos passantes, de pessoas fora do seu círculo ordinário de vivência. Dentro da sua casa é que você não vê a mancha na parede. É assim para mim, não é para você? Queria saber se falo de algo comum. Enfim, sempre precisei ter o controle de tudo, ainda que não percebesse. Foi ali que me toquei, após um comentário banal, desses de meio de goles. Tenho um enorme medo de avião. Odeio mudanças. Não me apaixono fácil. Se olhar bem o todo a razão de tudo isso é só uma: gosto de tomar as rédeas e não saber ou poder definir sozinha o próximo passo me dilacera. Diante desta descoberta, recrudesci. Com minha fragilidade à toa, me sentia nua, como se ele tivesse me despido. Era um conceito imbricado, uma verdade falsa, mas construída em concreto sólido que acabara de ser bombardeada com um peteleco. Perdi o Controle. E não ter controle sobre minhas reações diante de alguém - e pior - de mim me deixou totalmente desconsertada. Assustei-me de fato com a minha mente. Talvez eu fosse programada a não deixar as coisas acontecerem, desde aquele evento (desnecessário de lembrar). Era defesa, medo, não importa, fato é que meu corpo deu seu sinal de que uma marca ficara. De fato, sexo havia se tornado algo apenas biologicamente condicionado. Saí correndo das mesmas cenas, sem perceber que agora compunham outra história. E fiquei lá sem sentidos, mas com muitos questionamentos. Ele me provocou isso e, de forma coerente com as minhas elucubrações instantâneas, não era alguém do meu convívio. Também não fazia força alguma para me tirar dos meus eixos. Era uma coisa sinérgica, sei lá, que ele nem percebia. Ali exposta, à flor da pele me coloquei, com a missão de desconstruir impressões iniciais, mas as reconstruí, no fim,  com peças mais resistentes. Se me achava estranha, fez-se a certeza de eu sê-lo. Eu não era nada daquilo, mas era só o que conseguia achar em mim, para expor naquela situação desconfortante de deficiências ansiosas e imprevisíveis por uma chance de aflorarem. Queria mostrar quem eu era, como era, o que pensava. Mas por quê? Não devia isso para ele. Mas devia para mim, talvez. Contudo, diante daquele amontoado de falhas, eu não sabia mais o que mostrar. Me senti uma menina de dezesseis anos tentando parecer adulta e mulher feita para um homem que lhe oferece um conselho maduro. Petulante, não sabe nem como se compõe o caráter, que talvez nem tenha se firmado. Meu cérebro, ao agir em direção ao meu encontro, fez-me sair dali. E não achou nada, no lugar onde me levou. Eu parei sem ir adiante e sem poder voltar. E nesta hora, o pensar não me dirigia nem intencionalmente nem por ato não involuntário. Relembrei que já tinha o primeiro sinal da desestruturação possível, no defronte inicial. Mas, na ocasião, havia outros fatores e achava que esses, com a exatidão química da conturbação mental que causam, explicavam muita coisa. Foi, inclusive, em busca de me revelar, mostrar algo mais do que flashes conturbados, a razão que me fez ir ali. Não consegui, todavia, estar ali como eu queria. Postada eu estava, sem saber o que fazer. Depois de muito pensar, encontrei alguma explicação, que não obstante árdua conquista, ainda não me satisfaz. Ele me deixava à flor da pele. Infelizmente, era só isso que conclui. Mas isso não responde nada. Eu queria saber por quê. Por que havia eu de ser tudo ou nada. Não sou correta ou torpe. A conjunção adversativa encaixada com alternâncias temporais dos adjetivos sempre me pareceu mais adequada a mim e, aliás, a todas as pessoas. Perdoe-me Maquiavel. Mas diante dele um dos atributos se encaixava a mim, afastando toda e qualquer outra combinação. Viva Maquiavel. E assim que eu me fiz de "A" torpe. Foi como torpe que entrei ali e que saí de lá. Nem senti as palavras soarem, ou meus pés andarem. Corri dali perdida, desencaixada. E, quando a racionalidade me veio, me perguntei: por quê? Eu realmente não sabia, mas não me dei a humildade de dizer que não tinha a menor ideia do que senti. Conjecturei razões de sentimento, mas não era isso. Pela primeira vez, não tinha a mais vaga noção e nem pude prever esta estranha reação. O que mais faria? Decifrava-me, enquanto ele expunha-me a minha loucura, fazendo os mesmos questionamentos que eu me fazia. Natural que eu soubesse o que o meu próprio eu determinava. Me senti refém de mim mesma, ao não ter respostas coerentes. E a ânsia por se findar o vazio de sua arguição razoada, fez-me dizer retalhos. Cacei palavras soltas que meu cérebro lançava em sinal de urgência, como num erro de programa já antevisto e cuidado. Peguei algumas expressões naquele apanhado. Não faziam sentido, contudo.  Saí dali e não dormi. Voltei sem conseguir explicar para mim o que tinha acontecido. A loucura que fui refutar, ratifiquei-a com atestado técnico. Perda de Controle, eu tinha perdido meu controle. Mas, fui avisada por grafias divinas. Como inciais podiam fazer tanto sentido...

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Materialismo

Depois de anos para chegar a esta vida estruturada, a única vontade que tenho é de virar tudo do avesso para ver se me esqueço do "tudo disso", que na verdade é nada. Esta é a razão dos meus lamentos: o tudo não ser nada. Mas não é tão complexo e vago quanto parece. Aliás, é a concretude a razão das minhas divagações: Eu só queria ter um lugar ao sol. Um lugar condizente com minha luta. Disseram que eu alcançaria com muito suor, mas este suor tem outro nome. Obrigada pelo idealismo e garra, família, mas não é bem assim. Não quero mais vestir o meu terninho, pegar meu carro parcelado e dar de frente com um muro de impossibilidade. E olha que já é muito eu ter meu carro. "Levanta aos mãos para o céu e agradeça". É o máximo que a mim é possível e cheguei lá. Cada um tem o seu limite. Este é o meu. Ao menos, se seguir este padrãozinho patético de well fair state. Well, fair não é! Não nasci com o cu pra lua e a culpa é sua. Desculpe Senhor, mas é. Eu daqui juro que luto e muito. Mas enquanto eu dou braçadas longas, me acenam de um yate. Nenhuma braçada para eles. Saíram nadando, matriculados antes de nascer na escola do Baywatch, na qual o diretor era amigo do pai de... Eu não tive muitos cursos, mas não posso reclamar do suado investimento de escolas particulares e até algumas terapias. A Faculdade pública foi a parte do meu mérito, que era o mínimo que eu poderia fazer pelas fichas em mim apostadas e pelo meu país, que se não dá chances para todos, deu para mim. Era uma certa dívida social. E foi lá que eu vi que o mundo não era colorido, para todos. De lá enxerguei quem ía e por que. Não, não era pelos lugares quentes das primeiras carteiras, que eu, contudo, ocupei. Nem tampouco pelas noites de estudo que eu, muitas vezes, enfrentei. Era o bolso do pai, a influência da mãe, e alguns telefonemas. Sempre me doeu esta injustiça que me segurava as asas e não me permitia sair do chão. E não é folga, meu amigo, nem inveja. É sorte e auto-estima! Esbanjem os seus castelos, eu não quero que não o tenham: só queria ter o meu, e que todos pudessem construir seus próprios palacetes, se ralassem para isso. Mas não é assim.  Esforço + Persistência não é igual a dinheiro e sucesso. Há muitas variantes nesta equação. Variantes, contudo, que quem escreve não é você. Muitas braçadas para eles e uma caimbrã a mar aberto. Eu não escolhi a caimbrã, você escolheu? Desculpem-me os que ralaram muito, mas vocês tiveram sorte. Não diria que é 100% culpa dela, mas digo eu que ralo os 50% que me competem e a outra metade que incumbe a algo transcendental é justamente a fração imprescindível às minhas conquistas e isso é o que me fode. Assim, é que digo: desculpem-me, é sorte! Quantos mil dão com os burros n'água enquanto nos baseamos nos ínfimos exemplos de sucesso, que nada mais são do que uns sortudos filhos da puta, por nos fazerem levantar a bunda para se foder. Fossemos adeptos à matemática, ficaríamos sentados, esperando, porque não valeria a pena confiar no êxito diante das porcentagens de fama face ao anonimato. Estar na hora certa, no lugar certo - e o mais desconsertante para alguém como eu - com a pessoa certa é o que permite. Aí meu amigo, seja Bem Vindo. Por muito tempo achei que quem estava desempregado era folgado, desocupado, picareta. Hoje, acho-os somente conscientes. Conscientes de que não podem ir além das amarras sociais, de que este país é uma vergonha para quem não tem dispositivos abridores de portas, que eu chamo de contatos. Sabem eles tão-só que não adianta tentar, se quem manda lá em cima, simplesmente conhece alguém aqui embaixo, que, infelizmente, amigo, não é você. Danem-se suas braçadas, se o cara é casado com a irmã da prima da Sofia, que é casada com o tio do distante Magalhães. Tu vai morrer na praia, neguinho. Brasil é Tropa de Elite. Recomendo vivamente que você saia desse ciclo de grana, portanto, e procure na vida algo que depende de suas relações, de seus amores... Isso é o que dá prazer a vida nossa de cada dia.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Surdo

Não precisa sentir medo. Seu segredo está aguardado. Este amor de mim roubado calo sem reprise. Faço por mim, sem o peso do egoísmo. Sei que o fim foi tudo que fiz por mim mesma nesta história toda. Passei mais de uma noite em frio, diante do som vazio dos seus lamentos. Você estava aqui, mas não sentia o pulsar daqui de dentro. Não estava, pois. Era eu e você sentados em nossos espaços, em mundos tão distantes. Não cabiam dois. Se me viu, foi assim deste seu jeito todo torto. E aqui, escondida no meu sofrimento transformado em ombro para você se recostar, estava eu toda dilacerada na sua insegurança, sem qualquer rencosto, sem qualquer terapia. Doíam as suas banalidades, que lhe davam o direito do reclame (a que eu não me permitia). Todos os meus ditames de mulher feita eu perdi na irracionalidade: calei qualquer discussão, mas em gestos não calculados sei que traduzi aquela frase, que hoje forço ser passado. Você não conseguiu ouvir. Parabéns por ter sido amado. É ponto, algum choro, e nosso fim.

domingo, 10 de julho de 2011

Presa

Venha beber da minha sede, enquanto é tempo. Não é sempre que te faço este convite. Venha calar meu medo, enquanto estou frágil. Sentir-me assim é coisa que a vida quase nunca me permite. Fez-se solidão da minha própria companhia. Fez-se em vão a minha recorrente apologia. Não sou livre não, não sou. Estou presa, Sou presa de você.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ode ao Eu

O que te faz especial? Uma rosa, um dedo de prosa, ou uma taça de vinho dividida consigo mesmo? Cada dia que vivo, mais me apego a terceira opção. E na solidão deste meu momento me entrego aos pensamentos que ninguém mais pode compreender. O tempo se passa e eu não acho mais graça em estar com ninguém. No sossego que não me questiona, acho sentido na minha loucura, fiel protetora deste eu. E me ponho feliz no aconchego da minha presença, enquanto ainda se pensa que é desespero. Condicionados a estabelecer no outro a nossa felicidade parece impossível ter só o melhor momento da vida. É uma pena que não possam se brindar a guarida do seu eu em si, sem ser no porre e na melancolia, quando o álcool só socorre e não sacia. Tal entrega ao desapego é o avesso desta cena, em que o cotejo é a capacidade de limitar-se, sem privação. Eu aprendi a apreciar na moderação do meu instinto cada gota de mim naquela taça de vinho tinto que vem me agasalhar na noite fria, para que meu dia se finde no epifânico. Sem pressa de cada gole, uma parte ruim de mim morre, enquanto outras tantas estrelam. Não há sede, nem vontade de esquecer nenhum desatino. Aliás, é ao desatino que pretendo brindar. Ele me compõe, como partes outras de mim o fazem, e, se eu tirá-lo, ao fim, serei eu? É deste ser imperfeito que eu quero companhia para afrontá-lo em suas partes soltas e elogiá-lo em suas conquistas rotas, mas ocorridas. Hei de me acostumar com sua incapacidade de ser incorreto, de às vezes querer pecar. E assim que encaro a realidade seca do rosto refletido na maturidade às vezes pedante que não me faz querer ir além de breves goles. Meu corpo hoje sabe a hora de parar sem cair no torto, no torpe, no efêmero da realidade covarde de copos e bebidas baratas e mal apreciadas. É o puro sabor da minha existência - seja ela vitoriosa ou derrotada - que quero ver resplandecer pela boca por horas. No degustar daquele instante transcende o banal do vidro enrubrecido. Deparo-me comigo. E gosto do saldo final. Arrogância? Chamo eu de amor próprio.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Pensamentos


Eu sou uma daquelas pessoas que curte a geração antiga, mas odeia seus pressupostos distorcidos de hiprocrisia e preconceito. Tenho um pouco de medo do que está por vir em muitos aspectos como perda de alguns valores e confusões de sentimentos, mas certamente a nova geração é mais abeta aos outros, à novidade... Ainda acho, contudo, que prejudicam muito a si mesmos por negligenciarem raízes. Uma hora chegamos na releitua da matriz, ao invés de uma completa excreção do velho. O equilíbrio de conceitos sempre me soou mais propositado.

domingo, 19 de junho de 2011

Brigas

Não exija mais do que pode dar. Pára de me pressionar a ser muito, quando o seu muito é muito pouco. Você é frágil, seu desepero é rouco. Para que quer me ver gritar?
Não vou gastar ficha, com jogo acabado. Não há razões para me sentir sufocado nesta sua sede de se vingar. Vai vai vai. Você tá achando que eu caio nessa? Muda esta cara, não me interessa sua razão para se zangar.
Eu vou embora de mala feita. Porque para lidar com esta sua desfeita, tem que amar demais, o que não é o caso. Com você, eu já me afogo no raso. É exagero querer tentar.

Volúvel

Dá vontade de ficar para sempre. Sair da sua frente se fez desnecessário. É onde gosto de estar. Mas inevitavelmente acaba. Aí eu rondo outros lugares. Na torpeza das pessoas soltas, na alegria do ilixir que deixa tonta, sinto cheiro de novos ares.  Esqueço o dia gostoso entrelaçado em que estar do seu lado era o tudo que fazia sentido. É na companhia dos amigos que eu gosto de estar. Se desconhecesse este viés eu trocava os aneis e fazia-me sua por toda esta vida. Mas já que outros se fazem vivos, também com estes desconhecidos eu me faço consolar. E você fica lá como o melhor deles... Já é um grande êxito não é?

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ode aos esquisitos

Eu espero mesmo q vc ñ seja alguém q se importa c/ convicções d outra ordem, c/ o q dizem as pessoas sobre mim, do gosto de zombar daqueles q olham o outro sem olhar para si. Não gosto de humilhar as pessoas, de caricaturar rostos e almas. As pessoas mais estigmatizadas que conheço são as mais valiosas. São afastadas e olhadas com galhofa justamente porque aprenderam a ver cedo algo que alguns viram mais tarde, algo que outros até hj não perceberam. Faço ode aos nerds, esquisitos e desinseridos dos clubinhos idiotas q se formam por aí. Ser só é duro. Fazer parte de uma patota de imbecis é desepero.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Oração

Às vezes tudo muda como céu de tempestade no verão. E eu lembro que tu existes. Aliás, recordo-me que estás lá, quando percebo que me esqueci de ti. Eu não falo muito contigo, não nego. E não há desculpas para isso. A minha vida corrida, as minhas preocupações, os meus momentos de alegria, as minhas conquistas, nada é causa para não te encontrar. Aliás, é mais razão para eu vir a ti. Até porque tudo isso só existe porque tu me deste o dom de viver. Tento ser boa, meu Deus. E sei, com convicção, que nada em mim tem intenção de causar mal a alguém. Não sou santa, posto que erro, mas não faço o mal com o ímpeto de fazê-lo. Se as consequências dos meus atos não são boas não é porque almejo que assim seja. Arrependo-me, reflito, procuro pensar na mente alheia. Vim no mundo para aprender com a visão de quem não sou, de quem me analisa dali. Mas quando tudo gira, não obstante a minha preocupação em não transmitir não buscar pelo errado, vejo que a inveja e que os desentendimentos deixam uma energia ruim no ar.  E, se não falo contigo, esta vibração não vai embora e sintoniza com o frágil de mim, imbricando-se por entre bons fluidos e impedindo coisas, em princípio, fáceis de deslancharem. Faço-me incompreensível, vejo-me mal interpretada. É a hora que me dou conta que não posso resolver tudo e que se há o bem, também existe o mal. Eu sou pequena e não tenho armas todas para eliminá-lo. Preciso de ti. Traz paz, meu Deus.

Desabrochar de um Girassol

É seu aroma de encanto que me faz ser sua rosa. E sua cara de espanto que me faz lhe dar minha prosa. A esta hora. A esta hora? Eu chego tarde, meu bem. Estava na loucura do trabalho, não na companhia de ninguém. Não faça esta cara de convencimento forçado, quando eu procuro seu beijo. Não encana com o despropositado no auge do meu desejo. Eu fico lá contando o tempo para vir aqui. Entre telefonemas e agendas eu me faço distrair. Pinto o seu rosto no ar com as cores do meu desconforto. Sinto seu cheiro ficar em cada parte do meu corpo.

É sua redoma de atenção que me faz ser jasmim. É a certeza da traição que me faz rir assim. E eu me explico. E eu me explico? Eu chego tarde meu bem. É... Então tá, talvez eu estivesse com alguém. Não me faça não querer mais seu carinho, poxa. Não me irrite a ponto de eu te deixar aqui sozinho, seu trouxa. Eu fico lá pensando como vai ser quando eu chegar em casa. As mesmas brigas, a sua cara feia que não passa. E eu tento. E eu tento? Aí eu foco na minha carga de trabalho. As suas desconfianças fazem cada dia mais longo este meu itinerario. Eu espero muito a mais antes de ir embora. Todos já sairam, há muito passou da minha hora.

É sua implicância de ego que me faz ser flor de enterro. É este discurso em que me apego que me causa desespero. Eu não suplico. Eu suplicava? Eu não chego mais do trabalho, amém. É, agora você talvez esteja certo que existe outrem. Eu saio. Não volto. Em paz, eu me solto. O meus minutos de desabrochar não são mais seus. Sem mais delongas, só vim dizer adeus.

E nasce sozinho um girassol.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Há algo sim

Te achegue aqui no cantinho do meu peito. Este lugar já é teu. Te perca aqui na bagunça do meu jeito. Estar aqui já te faz meu? Eu queria te roubar de todo o mundo pra te enquadrar na cabeceira da minha vida. Eu queria gravar cada segundo só para rever nossas ações tão desmedidas. Se briga, é para me ver te procurando, até mostrar ser por dó. Se xinga é só para me fazer exposta, até mostrar que não consigo me fazer só. E eu procuro psicologia nos teus atos tão falhos. E eu encontro na tua rebeldia um pouco de amor recortado em retalhos. Eu costuro todos eles orando a prece de mulher antiga. Eu conserto seu dizeres com minha ilusão há muito repetida. Faço minha oração por ti. É culpa do passado. É arte da sua história que você tem medo de se repetir. Entendo o seu recado, não é preciso uma grande oratória para me fazer te sentir. Basta seu choro na madrugada, para eu entender tua dor. É com o sopro da tua mágoa que se faz meu amor. Ninguém é capaz de compreender a alegria que me trazem tuas tolices. Todos querem me fazer te esquecer ao mostrar o ponto alto de tuas canalices. De fato ele não presta. E daí? Será que é isso que interessa? Porque se é, vou ter de mentir. Vou fazer-me displicente à tua falta de sensibilidade. Vou fazer da tua mais torpe mentira a minha mais eloquente verdade. Se é pra te ter tá bom... Há algo aí dentro. Há algo sim.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Homem

Um pouco forte. Não muito. De riso fácil. Sem desespero. Que resolva o que está parado, que faça remendo no que tá quebrado e que goste de crianças. Inteligente. Não nerd. Sem preconceitos. Mas decidido. Que compre leite, deixe minha noite quente e que saiba conversar sobre um belo blues. Um homem desses... Tão simples: normais, por que não se acha mais?

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Ciclos

Estava findo aquele. Me resgatei ali, cara? Onde é que estava esta parte? Foi espiritual. Alguém me tocou. Ou eu me toquei. Tenho vontade de rezar de novo. Que animal. Foram sempre ciclos e parece que começava o outro. O mais louco é que era sempre por fatos esdrúxulos. Voltava diferente com idéias transcendentais e loucas de um lavar as mãos no banheirinho de um lugar diferente. Era o incomum e tão-somente que me dava vontade de viver. Estar ali foi algo não programado. Gostava disso nesta vidinha de rotina. Não tinha do que reclamar. Mas agora revivi o outro lado. O lado de quem tinha tudo para reclamar e não reclamava. Nossa! Que delícia esta sensação. As pessoas vão notar. Da outra vez foi a mesma coisa. Mas sempre acham que teve um grande acontecimento. "Tá apaixonada né"? Sim, por mim. Ninguém ousa se amar, sem gastar dinheiro, já percebeu? É como a sociedade aceita que você o faça, sem ser ridículo. É o jeito que isso não soa ridículo para você. As pessoas se importam sim com isso. Ninguém liga com o fato de a sociedade o achar muitas coisas (até, pela gostosa rebeldia e pela necessidade de identificação no meio do comum, quer que o achem diferente em certos aspectos), mas ninguém quer parecer imbecil. Este tipo de degredo social faz mal até aos mais desencanados.  E é a mola do capitalismo pessoal. Todos compram para se trazer uma paixãozinha casual.  Adquirir um carro novo, gastar com uma blusa bonita ou uma espada rara para enfeitar a mesa da sala faz isso. E se o se amar vem do simples mais barato e satisfatório meio, todo mundo te acha  arrogante ou metida e você, por saber disso, acha feio gostar do seu jeito. Foda-se. Não sou mais linda, mais inteligente, mais nada. Só gosto de mim pelo jeito que sou. Me orgulho de ter chegado aqui, como cheguei. Aprecio meu esfoço, as coisas que conquistei.  Tinha esquecido que tinha um lado de mim bom. Há tempo senti isso e foi assim, com o trivial, que começou o novo  - que agora é velho. Eu só não percebo quando acaba e esse é o problema. A epifania vem de uma vírgula e não de uma frase. Ao menos pra mim. De todo modo, lidar bem comigo não me tira a auto-crítica, mas me mostra minhas idiotices sem que eu zombe delas. Assumo que gosto de fazer coisas toscas às vezes - como falar no telefone com um ser inexistente, quando vejo um cara que me interessa  - coisas que não se conta pra ninguém, mas agora contei - e não paro de fazê-las porque são bobas, posto que me fazem feliz. É isso que tem que importar. Minha amiga se mordeu para causar ciúme na namorada. Ninguém que a olha no mundo, bem sucedida, bonita, inteligente e - espante-se - a pessoa mais segura que eu conheço (E sim, tenho bons parâmetros. E não, não vá pensando em contradição porque momento de paixão não é ocasião de se fazer teste de segurança; todos se fazem idiotas, quando apaixonados) vai imaginar aquela mulher se contorcendo para uma vingancinha de prelúdio. E, justamente por isso, Ela me contou com vergonha. Eu fingi normal, porque sabia que eu falava também no telefone com mudos. Me senti à vontade para ser bizarra porque ela também era. E ela era uma das pessoas das quais eu sempre quis ter um pouco. Não com inveja, mas com admiração de amiga. Ela causava desconforto nas pessoas, quando chegava. Era imponente, e eu ria desta imposição dela perante o mundo, porque se escondia toda sua força atrás da porta corada de rosa, naquele exato instante (este pensamento é um que ela também deve ter). Ali a toda moça era a babaca, a se deixar marcas. Eu achei o máximo, porque me sentia assim às vezes. Éramos duas trouxas e aprendemos a conviver com isso. Ela sabia que o contraciúme daquilo ía fazer bem para o seu ego. E eu, da mesma forma, sabia que a conversa  com um interlocutor criado à minha moda também me dava instantes de riso bons. Eu desvairada atrás de uma p... a falar com o além e ela atrás da sua b... a fazer-se roxos. Cada um na sua. Puta era isso de novo. Eu passei a me respeitar novamente, depois do período de reclamação, que me motivou a autodestruição da minha coisa toda.  Era exatamente aquele algo que fazia a minha marca sempre que se referiam a mim. Eu não era mais isso. Eu não fora mais eu por um bom tempo, perdida no que queriam que eu fosse. E conviver comigo, como se convive com um amigo - sem deixar de ficar puto ou triste com ele, algumas vezes - foi a melhor fase da minha vida. Não fazia absolutamente nada para chamar atenção, mas as coisas aconteciam com um frenesi e intensidade únicos. Foi à época de encanto diante de mim. Minha vida foi dura e eu merecia sim ser vista com propriedade. Eu era especial, porque assim Deus fez minha história. Adotada. Órfã. Sobrenaturalmente lúcida, no caos, sem deixar de desvairar ao chão, sempre que podia. Era isso o legal de mim. Quis fazer uma viagem, mas sozinha, de novo. Eu ía para lá ver ele. Mas ía primeiro curtir minha vibe em algum outro canto do mundo. Só. Ía começar a dar azo a esta fase roots. Eu precisava retomar este ciclo. Obrigada.

Donavon

Tava sem fazer nada. Vi um post. Havia um show. Era na Bienal. Liguei pro cara. Ingresso Esgotado. Tava lá. Perdeu o dele. Ía falar com a Amiga. Era oito. Achava. Sabia nada. Merda. Outro. Podia tentar. Há. Sabia que tava. Mas de verdade não queria. Gostei da reação. Admiro isso. Desligou rápido. Era nove meia. Errou Rodrigo. Era melhor. Mas já tava em quinze. É já era. X. Peguei meu carro. X. Pra q? Voltei. Fui de novo. Parei. Preciso Sair. Ía jantar. Sair sozinha? Quanto tempo. Mas alguém ía. Se não fosse? Não era o fim do mundo. Curtiria sozinha. Nossa tinha esquecido. Essa era a Eu legal. Que não precisava de ninguém. Pirava comigo mesma. Oba! Me empolguei. Saí. Sem rumo. Há. Esse era mesmo ela. Tinha esquecido cara. Parei no posto. Tirei dinheiro. Não ía dar. Ah, deixa. Olhei. Já tirei. Gasto então. Pelo menos era fora de casa. Comi na manha. Saí do posto. 40 - 10 da gasolina. Paguei no cartao a comida.  Talvez desse. Era esperança? Dã, não ía. Mas se desse tinha ali. Só pagava. Sei. Não vende mais. Rô falou. Já era. Saí. Olharam. Quis roncar o carro. Independente. Queria sentir o comentário. Me senti feita sabe? liguei, de novo. Que chata. Pressionei. Tava esgotado porra. \eu falaria porra. Ele tamém. Não falou. Era brother. Ainda era brother de ver no banho. Lembrei da infancia. Tinha mudado. Ele era maloca, agora educado. Não falava há tempo. Pq nao me achou babaca? Eu acharia. Nao achou. Falei de novo  então. Nenhuma vaga. Ouviu de boa. De boa mesmo. Talvez desse. Era diferente. Ele foi embora. Mulher dá jeito. Nem contestei. Eu sempre dava mesmo. Saí do carro. Da minha frente? Sorte! Espera. Perdi. Pq continuei? Mas entrei. Não pagava. Estacionamento. Puta!. Ali? E a placa? Liberado? Certeza? Tudo bem? Deixei. Ía ainda tomar uma multa. Pq aquilo tudo? Sei lá. Foda-se? Era internacional. Vintão? Ía dar mó zé povo. Não deu. Galera cult. Animal. Como o cara fazia? Sem nóia. Alternativo. Era a graça. Curti. Rodei. Dar gato? não dava. Pensei. Dava. Já fiz. Vergonha? Sempre consigo. Rio. Riem. Rio Cenarium. Trio pra gritar. Ricardo Chaves em Salvador. Invasor. Não. Pq? Ía queimar. Mas ía dar. Eu sabia. Mas não quis. Já era. Eu sabia. Se não desse ía queimar. Podia tentar outro. Olhei. Nada. Vi. Era 40. 40-10. Trintão pro bista? Se escondeu. Pq? A polícia sabia.Não podia? Tava Perdido. Pus na mao. Vai. Trinta pro bista! As mina pagam mais. Bobeou. Eu sempre tapeio. Nao devia me orgulhar. Mina consegue. Liguei. Riu. Bom show. Nem ouvi. Tava empolgada. To na pixta mermao. Com quem falar? Boba. Demy Moore na ilha. Fazer o q sozinha. Beck. Podia ser uma boa. Há.  Malandra! Toma cuidado. Tava todo mundo... Nao trouxa, cuidado. Há. Fiz malandra. Nem era. Qui ser. Quis bolar os meus. Não sabia. Idiota. Coxa! jah fui! Jah fui? Qd vi tava brisando. Foi Canadá. A mesma sensação. Lembrei do animal de gostar. Senti aquilo. Puta! Viagem louca. Senti aquilo de novo. Era estranho. Tinha esquecido totalmente. Caraca, louco, louco. Vi o cara. Era bom mesmo. Curti um ou dois. Faz tempo. Nem sabia direito. Li. Ricardo Chaves ou Chico Science? Ricardo, animal. Era assim q escrevia Science?. Não, trouxa. Volta. Era animal, não perde a idéia. Volto.Pensei q o c~erebro era memso louco. O meu. Queria que alguém visse. Para anotar. Ía achar idiota. Mas íam achar animal. Íam dizer diferente. Preciso ir num médico? É um legado. Puta o cara deve pirar. Eu ía pirar. Deve ser animal. Pq não largo tudo? Dava pra viver? Dava. Alugava. Só com a grana. Sabia q na real nao dava, mas ali parecia dar. Tava louca. Era opor isso. Será? Dava viu. Era quase 3000. É que penso como hoje. Aí nao dava. Mas e se fosse diferente? Se eu fosse assim diferente? Cabeça de pescador. Podia mudar assim? Alguém muda tudo isso? Ah tem história. Talvez podia. E meu carro? Mas não precisa de carro nessas. Havia lugar no mundo onde ainda tinha lugar pra isso? Sempre há. Tipo vida de surfista neh? É tipo. Hawai. Podia. Lembrei da filha do politico. Mas com o pai bancando, fica fácil. Eu era comigo. Então não dava. Não tinha ninguém tb. Por isso dava mais que o normal. Ainda dava. Nossa  podia mesmo. Cara. Eu podia! como me prendo numas coisas toscas? me coloca amarras. São obrigações até eu querer que seja. Não podia deixar a vida passar. Senti saudade de namoro. Me imaginei sentada com um cara na sala, delirando com um. Aquela coisa de amorzinho. Não era sempre assim. Mas devia haver alguém com quem fosse. E só tem graça se tiver um. Com o Jette não dava, era coxa. Ía achar cool. Depois ía estranhar. Daniel dava. Af. Saí saí.Essa era eu. Não era mais. Queria que ainda fosse. Então era. Podia ser mesmo daquele jeito. De fins de semana, toda vez na praia. Eu faria agora. Ainda bem que não sairia de lá porque foi um custo pra entrar. Pq senão venderia o ap naquela hora e me acharia rica. Seria rica, na verdade. Quero pensar assim sempre. Vou começar a comprar. Não é voltar a comprar. Sem malandragem. Pra cima de c mesma? Foram 2 vezes. Mas deu medinho. Percebi pq algumas queriam ser malandras. Era muito psicologia para o momento. Percebi que precisava me sentir malandra. Era o que me fazia bem e foda-se que é ridículo. Era o que fazia meus relacionamentos bons. Quando perdia, virava chata e louca. Sentia que ele gosta e eu tb, viu? Ali que lidava bem. Bom, ía comprar. Passaria a ser essa a nova Eu. A antiga eu que voltava, na verdade. Dava ainda pra aprende a bolar. Ser daquelas que chega sendo Legal. Queria ser legal. Queria ter sido namorada dele assim. Pq eu sou assim. E era isso. Pq nao era mais. Ele tava certo. Liguei. Ninguém entendia. Era a vibe. Curti sozinha. Saudade do Canadá. Era malandra. Era disso que gostava. Quis mudar de profissao. Quis. Ele desceu do palco veio. Deu o microfone. Foi animal. Juro que me mudou. Fez Adriana de novo. Nunca tive tao feliz. Meu Deus. Era assim cara. Eu nao estava conseguindo mais. Nossa cara. Amei naquele minuto. Tava olhando? Sim. Não. Comentava. Nao ía comentar se tivesse. Achava q eu gostava? Olhou. Aquela sensacao de ser olhada. Lembrei. Era incrível. Tinha esquecido. A novidade. Puta já era né? Brisando brisando. Acabou. Fui lá. Falei q era boa. Me achou babaca. Queria sério. Mas ele foi babaca. Me deram. Dã. Zero Dois. Foda-se. Deu fazisse.  Deu tudo. Fui lá. Fiquei lá. Achei que eram novas. Bobinhas de toda. Tipo fãs. Nao vou mudar. E daí se lerem. Bobinhas. Ficamos lá. Ele ''ia aparecer. Era de boa. Pq esta coisa de fá? Af, brega. Tava feliz. Deixa ser brega. Tirou barata. Fingiu ser artista. TGiraram foto. Era bobinha de todo. Eu ri. Percebi. É a maturidade. Aí vi que tinha algo disso. Saiu. Foto. Nao deu. Correria. Eu sabia. Tira as 3. Nao tem graca. Menos legal pra contar. Abriram a porta. Só os vips. Eu nao precisava dwuilo. Era ridículo. E no trabalho. Se soubessem. Era ridiculo. Podia de boa entrar lá, se quisesse. Mas queria sentir aquilo de ser fã? Por que. Pedi para entrar. Ficou com pena. Disse que era amiga. Fui. Vieram atrás. Flash. Eu e ele. Animal. Animal. Era legal. Bati no vidro. Desceu do carro. Devia ser animal sentar com ele. Olhos vermelhos. Devia ser animal. Normal. Pescador. Vida boa. Vou parar tudo. Cheguei em casa. Tô aqui. Lmbrando a vibe. Vivi tudo de novo. Era animal viver a primeira vez e viver de novo. Mas o amor foi diferente. Senti animal lá. Agora quase. Ui! Nossa caraca. Adrenalina. Eu vou pedir demissao. Juro. Eu vou fazer isso. Amanhã. Eu nao faria. Mas queria. Mas comecei a pensar. Porra eu vou um dia. Certeza. Agora é certeza. 

Soldado

Olhar de fim de luta. Rebaixado pelo grito de dor que ainda se escuta, a ranger com desespero no meu ouvido durante todas as madrugadas. Acordo com meus meus próprios gritos por ajuda. Mas agora não há quem acuda as famílias da pessoa que matei. Foi uma bala no meio do nada que acabou com o tudo daquela história. Me falha a memória, se fui eu que atirei. Mas em meio a tantos tiros, como me eximir da responsabilidade. Havia uma grande possibilidade, contudo, que aquele exato contato tenha partido do meu rifle. Concluí no caminho de volta. Tudo estava igual, mas uma parte de mim ficou morta, com aqueles corpos, jogados na terra. Venci a batalha, mas perdi a guerra. Foi assim que me senti. Apertando ou não o gatilho, explodindo ou não a granada, carrego a culpa na mesma mochila abarrotada de armas. Guardo-a, junto com fuzil.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Carnaval

No meio da Avenida. O bloco gritava. A gente gritava. Serpentinas caíam. A noite fechava. Nossa história acabava. Era tragicômico, como todos os anos de mulatas felizes de pança vazia. Bem vindo ao Carnaval da Bahia! Era gente pra todo lado. Um momento sem contexto ali, com todo um contexto aqui. Bem aqui dentro. Surtos de tristeza embalados pela marcha de Durval. Minutos de deslanto sumiam naquele temporal.  Foi tudo rápido e deixou insatisfação. Não sei bem como se fez finda a discussão. Menos sei, como começou., mas se achava um motivo qualquer. É sempre assim, não é? A gota transborda o balde, o balde derruba a gota e faz pouca a muita água que já passou por lá... No momento da perda, não se lembra da vitória. Fecha-se a memória no último segundo, como se muitas horas não houvesse. E, em prece, é que se clama volte o tempo pra trás. Tá feito. Já era. Sem mais.

O é interrompido. Era....

O contexto, inevitavelmente, punha graça. Era a batida do tambor a sonorizar nossa desgraça. Gente que passa. E mais gente que passa. Perdiamos os argumentos, ao olhá-las. Sequer ouvíamos os argumentos naquela algazarra. Eram tantas cores, tantas figuras. E nossos berros a se encaixar na partitura. Vontade de dançar um pouco. Retomar do último ponto. Era com acabava aquele nosso fevereiro. Eum estúpido conto desses que vende no jornaleiro. Nos perdíamos no riso da cena pátética e voltávamos a exaltação das nossas murmúrias poéticas. Eu não ouvia nada. Nem queria ouvir nada. Brigar de amor no melhor da festa? Não se tarda o fim se sequer respeito é o que resta. Eu não dizia nada. Eu não sentia nada. Era coisa para se ter deixado para depois. Não foi o que fiz. Malas fechadas pesadas como chumbo. Era o meu novo mundo que carregava ali, sozinha naquele aeroporto. Não queria mais amar. Doía. Havia um nó do que fiz despedido. Ninguém desfazia. A inquetação do mal resolvido e a sensação de nostalgia (que as pessoas, chamam de gastrite) fizeram-me companhia. Foi como acabou meu Carnaval da Bahia!

Sem compromisso

Não preciso amar você para querer que esteja aqui e agora. Não precisa ser desespero ou abandono eu te ligar a esta hora. Talvez, seja só uma daquelas noites sem sono, em que tive saudade de um beijo seu.
Não, não liguei querendo marcar conversa. Não tenho nenhum recado ou novidade que interessa. Nem quero te fazer pensar sobre como teria sido. Nada disso.
Talvez, quis comentar com você uma notícia do meu dia. Talvez eu ouvi um som de uma banda que você curtia. São tantas chances, são tantas coisas que podiam apenas ser. Então pára de ver coisas que não existem em mim mais. Se a lembrança que você traz me repudia, apenas diga não sem delongas.
Não há dois depois de cada um de nós. Estamos sós e, na verdade, nem sei se quero que isso mude. Tenho paz sem você, ainda que não felicidade.
De qualquer forma, não é hora de falar sobre isso. Quero só acordar com você de manhã, depois de um bis. Amanhã, não lembrar o que fiz e ir ler meu jornal. É hora de morangos...

terça-feira, 24 de maio de 2011

Explicação de Amor

Ele sussurou no meu ouvido palavras sem qualquer sentido, mas eu gostei...

Diário de mais uma Madrugada

Mais um dia de trabalho daqueles que rendem. Acabo orgulhosa, a 1:30 da manhã, uma peça de 95 páginas, que, obviamente, serão amanhã - após um novo dia de trabalho - reduzidas a 75. Saio podre. Chego em casa e Caetano acerta: nada me consola, mas a aflita sou eu. Não durmo, ainda que o corpo esteja cansado. A mente ainda se ocupa pelos meandros quase míticos do trabalho "findo". Ouço, em meio a pensamentos pessoais, o som das teclas do computador a dar-lhes vida. Não estava na hora de pensar no setor "Sentimentos". Daí me dou conta que nada em mim é compartimentos. Repito, ainda sem total domínio do que penso, sentenças do documento que amanhã se dirigirá assinado a homens que, espera-se, tenham bons olhos, paciência e muita parcimônia. Será que a Fernanda já editou o vídeo do show que fomos sábado? Tenho a certeza de que os baús fictícios foram abertos, deixando uma zona imensa dentro de mim. As frases dos jurisconsultos ainda ecoam na minha mente, com as imagens que Nicholas Sparks fez possível aos meus olhos pintar em sonho na parede branca do meu quarto. Para minha tentativa de achar algo mais que me sirva ao que defendo nas cartas de Savannah. Minhas idéias estão presas em minha rotina, mas totalmente soltas na minha insônia entre um setor e outro do meu cérebro, que eu achava se dividia em áreas de concentração. Não pode ser. Penso em coisas mil. Será que meu trabalho vai provar a inocência de um cara, a meu ver, injustiçado por sua ignorância? Lembro das minhas férias e aí vem o cara de hoje na cabeça, aquele cara que atende a promessa de que a partir dali teria "alguém melhor para mim". Vem a voz da minha avó com um flash, que na cadência da psicologia é uma "tentativa de crer" e do espiritismo "um sinal de" que fiz a escolha certa. Inevitavelmente, vem na cabeça uma pessoa que não faz qualquer sentido eu pensar, porque simplesmente está longe de tudo aquilo que escolhi para mim, particularmente das 95 páginas feitas a 1:30 da manhã - ainda que reduzidas a 75 amanhã às 11:00. Ele não combina com nada disso, mas poderia ao menos, apoiar feliz os acertos. Quem sabe ouvir? Não adiantaria, pois eu queriria, no fundo, que ele almejasse saber mais daquilo, só por me amar. Ele não faria. Daí me recordo que se existe alguém que minha história aprendeu a titular melhor, um "pior" houve. Ao menos, ao ver do mundo, porque eu ainda não estou de todo convencida. Se ele não era o que eu queria, o que raios me fez um dia gostar dele, crer que era ele. O que ainda me levava a crer? No mais, se fosse dotado de tamanha capacidade de explodir a minha vida, seria eu auto destrutiva a me permitir pensar tanto nisso (principalmente, colocando-O depois de elucubrações em torno da minha avó, pessoa mais importante desta vida e das outras todas). Foi Ele (e se o pronome vem em inicial maíuscula ou sem acompanhamento de aposto, a ponto de ser identificado sem maiores descrições, é porque a merda foi lançada no ventilador da NASA. Tem cocô no maiô). Mas se ele foi o que "não faz bem", por que ainda penso Nele às 4 da manhã para conseguir dormir feliz?